Konnichiwa!

Konnichiwa! Que é como quem diz Olá! 

Uma semana, tanta informação! Sem internet em casa e com wifi livre bastante difícil de encontrar, resta-me esperar por tempo e vontade para escrever enquanto estou na faculdade! Ainda ando a pairar na cidade, a olhar para tudo e todos com surpresa. Mas é tempo de escrever. Por enquanto mais em estilo "tópicos" do que em estilo "eu" (para quem conhece o estilo talvez até valha a pena uma mudança. Aceito comentários!:)). Mas começo pelo princípio. E com fotos. Prometo voltar "a mim" quando o tempo quiser! :)

Acabada de aterrar em Tóquio, foi super fácil descobrir o caminho do aeroporto para a cidade, comprar bilhete para os transportes e chegar à faculdade, onde fui recebida pela Sra. com quem desde início troquei emails e que tratou do alojamento (e a quem daqui em diante chamarei "a minha guardiã"). Tudo escrito em inglês. Pessoas prestáveis. Com cara de rapariguinha ocidental aqui caída e com uma mala gigante e uma mochila às costas não tive falta de ajuda pelas escadas acima! Que alívio!

O quarto que me estava destinado:

Nem grande nem pequeno, apetrechado com as electrónicas do costume por estas bandas e confortável. A 2 minutos a pé da faculdade e super central. Afinal nada de residência, nada de estudantes, nada de cozinha nem sala de convívio! Mais estilo quarto de hotel, com cama feita e quarto limpo todos os dias, mas sem lavandaria nem serviço de quartos. Tenho uma placa térmica e um púcaro para aquecer água para chá, café e noodles e um frigorífico. Já não é mau! Na verdade, diria (quase) ideal para quem, como eu, gosta de se manter afastada das lides da cozinha mas adora degustar e experimentar coisas novas! Lá fora há milhares de restaurantes à escolha, da pechincha à exorbitância, com iguarias orientais e ocidentais, conhecidas e desconhecidas. Por enquanto fico-me pelas japonesas e de preferência totalmente desconhecidas. Olhar para as "montras" cheias de pratos com comida de plástico bem elucidativos do que oferecem, escolher o restaurante, abrir o menu que com sorte também tem fotografias, apontar o dedo quase à sorte e experimentar! Ainda não me saíram más! :) (Minto. Umas moelas fritas que fariam o deleite de qualquer apreciador, mas que eu não consegui mais do que provar. Também faz parte!)

Passei quase toda a semana a recuperar do jet lag! Mas mesmo meia zombie vim conhecer a faculdade: vários edifícios, super altos, salas pequenas e imensa gente! Este é o gabinete onde me deram um espacinho para trabalhar (lá ao fundo, à esquerda):

E conhecer os colegas! Impecáveis! A falar melhor ou pior inglês, todos quiseram conhecer-me, falar comigo e levar-me a jantar e almoçar. Não podia esperar melhor! Falam imenso! Mesmo que eu não perceba nada de japonês! E em conversas entre eles só perceba de vez em quando "Anasan". Estão  claramente a falar de mim, apesar de tentarem ser discretos. E eu sorrio.

Na quinta-feira, depois de falar com os senior researchers, vulgo "sensei" (ex.: Okada-sensei, Yoshida-sensei), sobre o que poderei fazer aqui durante 3 meses (sim viajar soa lindamente, mas não foi (só) para isso que vim! ;p) pediram-me para me apresentar ao departamento e aos alunos num anfiteatro, onde iam ter uma palestra. Lá fui. Ana(san) de bata branca em frente a uma sala cheia de olhos em bico. :) "Portugal - Amsterdam, blá blá blá." E fiquei até ao fim da palestra, toda em japonês, graças à tradução que a minha guardiã me ía fazendo! Interessante ver o que por cá fazem! E no fim, sushi party aqui mesmo! 20 pessoas à volta de uma mesa comprida, num registro um pouco menos formal. Um bom começo!

Ainda não sei muitas palavras, mas já começo a conseguir pronunciar algumas com bastante facilidade. Já não digo "doei", mas "matane". Já não estendo a mão para o "passou-bem", mas curvo o corpo pela cintura. Ainda o faço sem regra. Já não o faço a brincar.

E por agora por aqui fico.

Matane!

Cenas do próximo episódio: Kyoto, a experiência dos templos e o vertiginoso shinkansen.